terça-feira, 9 de agosto de 2011

Alimentos Funcionais

O Conceito de Alimento Funcional

Pode se considerar como alimento funcional, todo aquele que apresenta uma ou mais substâncias com funções fisiológicas e bioquímicas benéficas à saúde do homem (NEUMANN et al., 2000). Neste sentido, a Associação Dietética Americana elaborou um “glossário” contendo as principais definições básicas do grupo de alimentos funcionais 
(BLOCH & THOMSON, 1995):

·   Agente quimiopreventivo: componente alimentar nutritivo ou não que vem sendo investigado cientificamente como um potencial inibidor da carcinogênese para a prevenção primária (antes do evento ocorrer) ou secundária (tratamento do evento) do câncer;


·  Alimento planejado, projetado ou desenhado (“designer food”): alimentos processados que são suplementados com ingredientes alimentares naturalmente ricos em substâncias que previnem doenças. Isto pode envolver engenharia genética de alimentos;


·   Alimento funcional: qualquer alimento ou ingrediente modificado que possa propiciar um efeito benéfico além daquele provido por nutrientes tradicionais que ele contém;


·   Fármaco-alimento: alimento ou nutriente com potencial uso médico ou de saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças;  


·   Fitoquímico: substâncias encontradas em frutas e vegetais comestíveis que podem ser ingeridas, diariamente pelo homem e que exibem um potencial para modular o metabolismo humano de modo favorável à prevenção do câncer (sic) e de doenças (grifo nosso);


·   Nutracêutico: qualquer substância que possa ser considerada um alimento ou parte deste e que ofereça benefícios médicos ou de saúde, incluindo a prevenção e tratamento de doenças.


Deve ser enfatizado que em certos países, como nos Estados Unidos, o conceito de alimentos funcionais vêm significando desde simples alimentos com substâncias protetoras até produtos caracterizados como “suplementos alimentares”. 
Estes suplementos, na realidade, podem representar produtos farmacêuticos ou alimentares.
Os últimos, embora possam ser eficazes na prevenção de doenças, nem sempre contém adequadas concentrações da substância ativa, além de apresentarem ingredientes potencialmente indesejáveis, como açúcar e gorduras, conforme tem se evidenciado nos EUA (ANÔNIMO, 1999).

 Todavia, nos países europeus o conceito de alimentos funcionais tem se mostrado mais ortodoxo e genuíno de modo a considerar muito mais as propriedades fisiológicas dos componentes alimentares (Roberfroid, 1999), ao invés de simplesmente dar ênfase ao consumo de mercadorias alimentícias, que, ao contrário dos bens, não representam, necessariamente, produtos essenciais à saúde. 

No Brasil, através das Resoluções 18 e 19, de 30 de Abril de 1999, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) considera como alimento funcional “O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou benéficos à saúde devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica” (BRASIL 1999a; BRASIL 1999b). 

Nos países do Oriente, o uso de alimentos com propriedades funcionais ou nutracêuticas tem origem num passado bastante remoto e, por este motivo, a pesquisa científica nesta área é muito avançada naquela região do globo terrestre. No Japão, por exemplo, graças à cultura milenar, o uso de alimentos funcionais é muito difundido e as normas pertinentes para o registro e a comercialização de alimentos para uso específico de saúde.
Fonte: 
 www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v3n2/doc/nutricao.doc



Veja         Vídeo sobre o assunto:

Veja Mais:
Tabela de alimentos funcionais
(Propriedades terapêuticas de alguns alimentos considerados funcionais):



SUBSTÂNCIA



FONTES ALIMENTARES




BENEFÍCIOS À SAÚDE

ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3
PEIXES DE ÁGUAS FRIAS COM ALTO TEOR DE
GORDURA; ÓLEOS VEGETAIS (LINHAÇA)
PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS AUTO-IMUNES E INFLAMATÓRIAS
ESTERÓIS/ESTANÓIS VEGETAIS
MILHO, SOJA, TRIGO, ÓLEOS DE MADEIRA
REDUÇÃO DO RISCO DOENÇAS CARDIOVASCU-
LARES, DIMINUI A ABSORÇÃO DO COLESTEROL
FLAVONÓIDES
UVA, AMORA,FRAMBOESA, FRUTAS CÍTRICAS, BRÓCOLIS, REPOLHO, CHÁ VERDE, SOJA*,ETC.
EFEITO ANTIOXIDANTE – AÇÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE RADICAIS LIVRES E DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE LDL-COLESTEROL
* ALÍVIO DAS ONDAS DE CALOR EM MULHERES NA MENOPAUSA
ANTOCIANINAS
FRUTAS EM GERAL (PRINCIPALMENTE EM
FRUTAS VERMELHO ESCURAS E ROXAS)
PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES E CÂNCER
CATEQUINAS
UVA, MORANGO, CHÁ VERDE, CHÁ PRETO
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E INIBIÇÃO DA
FORMAÇÃO DE ATEROMAS
PREVENÇÃO DE CERTOS TIPOS DE CÂNCER
LIMONÓIDES
FRUTAS CÍTRICAS
ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE ENZIMAS
PROTETORAS CONTRA O CÂNCER E REDUÇÃO
DO COLESTEROL
RESVERATROL E QUERCETINA
CASCA DE UVA, VINHO TINTO, MAÇÃS
REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES; INIBIÇÃO DA FORMAÇÃO DE CARCINÓGENOS, COÁGULOS E INFLAMAÇÕES
ISOFLAVONAS
SOJA, LEGUMINOSAS, AMENDOIM, ALCAÇUZ,
LEGUMES E ERVILHA
ALÍVIO DOS SINTOMAS DA MENOPAUSA
REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES E OSTEOPOROSE
REDUÇÃO DO RISCO DE CÂNCER DE MAMA
E PRÓSTATA
PROTEÍNAS DA SOJA
SOJA E DERIVADOS
REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
BETAGLUCANA
AVEIA, CEVADA, LEGUMES E ALGUNS OUTROS GRÃOS
CONTROLE DA GLICEMIA E DO COLESTEROL SÉRICO
ISOTIOCIANATOS E INDOL
BRÓCOLIS, REPOLHO, COUVE-FLOR, RABANETE
E FOLHA DE MOSTARDA
AUMENTO DA ATIVIDADE DE ENZIMAS (TIPO 2)
PROTETORAS CONTRA CARCINOGÊNESE
LICOPENO
TOMATE, GOIABA, MELANCIA
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS CARDIOV.
PROTEÇÃO CONTRA CÂNCER, PRINCIPALMENTE PRÓSTATA
LUTEÍNA E ZEAXANTINA
FOLHAS VERDES (LUTEÍNA)
PEQUI E MILHO (ZEAXANTINA)
PROTEÇÃO CONTRA A DEGENERAÇÃO MACULAR
MANUTENÇÃO DE UMA BOA VISÃO
LIGNANAS
LINHAÇA
INIBIÇÃO DE TUMORES HORMÔNIO DEPENDENTES
SULFETOS ALÍLICOS
 (ALIL SULFETOS)
ALHO E CEBOLAS
REDUÇÃO RISCO DOENÇAS CARDIOVASCULARES
ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE ENZIMAS PROTETORAS CONTRA O CÂNCER GÁSTRICO
FIBRAS/PREBIÓTICOS (FIBRAS INSOLÚVEIS E SOLÚVEIS FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS, INULINA, ETC.)
GRÃOS INTEGRAIS, FRUTAS E VEGETAIS EM GERAL
MELHORA DA SAÚDE INTESTINAL
REDUÇÃO DO RISCO DE CÂNCER DO CÓLON
CONTROLE DO COLESTEROL
PROBIÓTICOS (BIFIDOBACTÉRIAS E LACTOBACILOS)
LEITES FERMENTADOS, IOGURTES, ETC.
MELHORA DA SAÚDE INTESTINAL
REDUÇÃO DO RISCO DE CÂNCER DO CÓLON
MELHORA DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE
Fonte: Dra Jocelem Mastrodi Salgado Pesquisadora e Profa Titular ESALQ / USP - Piracicaba/ S.P. Presidente e Fundadora da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais - SBAF.